Açúcar mais saudável para o organismo, existe? Posso prescrever algum deles na dieta? Lembre-se que os açúcares de adição (mel, melado, açúcar mascavo, demerara, refinado, cristal, agave, de coco) devem ser utilizados somente quando necessário e em pequenas quantidades. Todos eles aumentam a glicemia e podem interferir em outros parâmetros que podem aparecer alterados nos exames laboratoriais. O que diferencia um do outro é a procedência e outros nutrientes presentes como vitaminas e minerais.
No que se refere à origem, o melado e os açúcares de mesa (mascavo, demerera e branco) são derivados da cana-de-açúcar. Assim como os outros alimentos, na hora da escolha precisamos também pensar no refinamento. Quanto mais branco e moído é o açúcar, mais processos químicos e retirada de nutrientes ele sofreu.
Quanto mais branco e moído é o açúcar, mais processos químicos e retirada de nutrientes ele sofreu.
Já o mel é naturalmente obtido a partir do néctar das flores e de excreções da abelha. Por isso sempre verá no rótulo a indicação da florada. Essa origem da planta mantém estreita relação com as propriedades fitoterápicas e demais características do mel. Para saber mais sobre, indico esse texto https://apisbrasil.com.br/blog/60-o-mel-e-os-tipos-de-floradas.
Qual é o açúcar mais saudável?
Portanto em escala de nutrientes, dentre essas, o açúcar mais saudável é o mel, melado e o açúcar mascavo. O açúcar demerara é um intermediário, possui mais nutrientes que o branco e não deixa o sabor residual como o mascavo. Portanto é uma boa opção para indicar àquele paciente que está tentando fazer a transição desses tipos de açúcares.
Um dos novos queridinhos do mercado, é o mel de agave, originado da planta Agave, bem comum no México. Ele é composto por frutoligossacarídeos (FOS) e apesar da sua doçura moderada, esses carboidratos não digeríveis são benéficos para a saúde intestinal.
Já o açúcar de coco possui quantidades significativas de frutose (açúcar naturalmente presente nas frutas) na composição. Isso faz com que o poder de adoçar não seja tão alto, mas da mesma forma pode aumentar as calorias e gerar impacto na glicemia.
Portanto, diabéticos e pessoas que precisam ter esse controle, não podem fazer uso indiscriminado desses produtos.
Quando adicionar ou não açúcar na prescrição?
O segredo é não indicar a adição de açúcar em preparações que já tem o sabor doce naturalmente. Assim como um suco natural, frutas e bolos que tenham como base esses ingredientes.
Já em preparação que seja necessária alguma adição, preferir utilizar os alimentos que já contém açúcares naturalmente. Bem como tâmaras, uvas passas, banana madura, maçã madura, suco da laranja, entre outras. Dessa maneira você consegue adicionar sabor e nutrientes como vitaminas e minerais.
Muitas vezes o paciente acredita que não consome açúcar por não adicionar nada aos alimentos. No entanto, é importante ensiná-lo a ficar atento aos rótulos. Pois muitos produtos vem com quantidades exorbitantes de açúcar adicionado de diferentes formas.
Atenção! O açúcar pode aparecer com outros nomes no rótulo…
Alguns nomes podem aparecer de forma diferente, mas no fim possuem o mesmo efeito que o açúcar. Exemplos: xarope de glicose, açúcar invertido, maltodextrina, xarope de frutose, glucose de milho, sacarose, maltose, glicose, xarope de milho rico em frutose.
Então, fique atento e faça uma prescrição consciente de açúcares de adição. Oriente seu paciente a adaptar o paladar com uma menor quantidade de açúcar. Basta ir reduzindo aos poucos. Dessa forma ele notará que em menos de 1 mês estará sentindo o sabor real dos alimentos e não do açúcar que foi adicionado.
Lembre-se: na dúvida controle a carga glicêmica da refeição e acompanhe também pelos exames laboratoriais. Você pode aprender exatamente como interpretar os exames mais importantes na nutrição, aqui.