Ir ao nutricionista esportivo ou clínico? Certamente, essa dúvida pode aparecer ao procurar um profissional. Apesar do que a grande maioria pensa, o nutricionista esportivo não é aquele que vai te fazer ganhar músculo e perder gordura. Essas adaptações estéticas que mudam a silhueta são resultado de vários fatores e o nutricionista clínico também é capaz de auxiliar nesse processo.
Antes de tudo, é importante entender que a nutrição esportiva é uma área que aplica a base de conhecimentos em nutrição, fisiologia e bioquímica no esporte e na atividade física.
Como toda certeza, aí está a grande diferença entre o nutricionista esportivo e o clínico. A compreensão dos mecanismos que relacionam exercício com o equilíbrio de macro e micronutrientes é imprescindível.
Por isso, dentre os principais objetivos de um planejamento alimentar incluímos: promover saúde, melhorar o desempenho e otimizar a recuperação pós-exercício. Em síntese, a nutrição adequada no atleta deve ter como foco melhorar as funções fisiológicas e metabólicas, reduzindo os efeitos nocivos do exercício intenso.
Sem dúvida, se você busca uma reeducação alimentar e melhora da qualidade de vida ou controle de doenças, o nutricionista clínico conseguirá te ajudar. Agora, se você procura melhorar o rendimento, recuperar com mais eficiência dos treinamentos intensos e evitar lesões, o nutricionista esportivo será o mais indicado.
Qual a função do nutricionista esportivo?
Em resumo, de acordo com o Conselho Federal de Nutricionista para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:
- Avaliar e acompanhar a composição corporal do atleta ou do desportista, conforme as fases do treinamento;
- Identificar o gasto energético do indivíduo;
- Elaborar o plano alimentar do indivíduo, adequando-o à modalidade esportiva, considerando as diversas fases (manutenção, competição e recuperação);
- Promover a educação e orientação nutricional do indivíduo e, quando pertinente, dos familiares ou responsáveis.
- Estabelecer estratégias de reposição hídrica e energética;
- Orientar quanto à execução do plano alimentar para atletas em viagem para competição.
A resolução completa você pode acessar pelo link: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm
De conformidade com essa resolução, o nutricionista esportivo não poderá prescrever qualquer medicamento, suplemento na forma injetável ou tópico, treinamento, tratamentos alternativos e não comprovados cientificamente. Bem como realizar diagnósticos, pedidos de exames de imagem e prometer cura de doenças crônicas. Fique atento a qualquer um desses critérios e se possível denuncie ao Conselho Regional para averiguação do caso.
O nutricionista esportivo sempre vai prescrever suplementos?
De fato, é a primeira pergunta que os pacientes fazem no consultório: “você não vai me passar nenhum suplemento”?
A prescrição de suplemento é uma atividade complementar do nutricionista. Em outras palavras, só serão recomendados em casos específicos e quando necessário. A grande maioria dos praticantes de exercício não necessitam desse adicional. Um planejamento alimentar bem calculado é o suficiente para suprir as necessidades energéticas e de micronutrientes.
Mas esse é um assunto longo que abordaremos em outro post.
Como ser um nutricionista esportivo?
Primeiramente, é necessário ser formado em Nutrição. Atualmente, as novas grades curriculares incluem a Nutrição esportiva como uma disciplina. Normalmente cursada em um semestre, você verá na ementa desde os fundamentos da bioquímica e fisiologia aplicada ao exercício até a prescrição nutricional para dar suporte aos treinamentos.
Nesse meio tempo, é importante se dedicar em complementar o conhecimento teórico. Principalmente por meio de cursos à distância e presenciais ou mesmo congressos da área. Por mais que a universidade te dê o suporte básico, esse universo está em constante atualização.
Hoje em dia existem bastante Cursos Onlines de Nutrição Esportiva, eles com certeza vão complementar o que a universidade não ensina. Principalmente a parte prática, aquela que o nutricionista esportivo usa no dia-a-dia.
Se acaso tiver oportunidade, busque um estágio extra curricular. Alguns possíveis locais seriam clubes, equipes ou grupos de esportes variados, academia, consultório ou mesmo produção de refeição de um centro de treinamento. Seja como for, voluntário ou remunerado, toda experiência é válida e isso te deixará um passo à frente da maioria dos alunos.
Além disso é interessante praticar algum tipo de exercício. Dessa forma você conhece na prática as variáveis de um treinamento, se acostuma com os termos e nomes de exercícios e ainda faz amigos na área.
Logo após o término da faculdade, procure uma boa pós-graduação em Nutrição esportiva. Pois assim terá possibilidade de aprofundar o conhecimento e trocar experiências. Essa contribuição entre colegas de profissão é extremamente válida. Valorize os aprendizados e esqueça essa visão de “concorrentes”. O espaço no mercado existe para todos, basta se esforçar para conquistar o seu.
Por fim, mantenha sua inscrição no Conselho Regional em dia e observe sempre a conduta esperada conforme o Código de ética. Ele é um instrumento delineador da nossa atuação profissional, para acessá-lo na íntegra: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_599_2018.htm